segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Bom Natal


Não gosto do Natal.
Por várias razões:

1. Tem uma forte relação com a relegião... e eu não.
1.1. O Natal é portanto a celebração do nascimento de Jesus. A mãe de Jesus, Maria... era virgem. Eu não acredito em milagres. Sendo assim, só vejo isto a fazer sentido se José andasse com uma certa dificuldade em passar nas portas.

2. É uma altura muito histérica. Nunca fui muito fan de felicidade que dói.

3. É um concentrado de tudo aquilo que evito durante o ano inteiro: viver em sociedade activamente. Sair de Marte. Simpatia por obrigação.

4. "Ah e tal mas são férias". São, são férias com um macaquinho a saltar na cabeça a gritar: "frequências! frequências!". Não é bom.

5. Nunca fui boa com caras e/ou nomes. Nesta altura há sempre aquelas pessoas com quem já não falamos desde o natal passado, que vêm-nos dizer coisas muito queridas e muito amigas e por muito que seja de bom coração, eu fico sempre muito desorientada e acabo por parecer uma pessoa pouco simpática.

Enfim. 5 chega.
No fundo, não gosto.
Acho que o Natal devia durar enquanto ainda é bom ir ao Toys R Us.
É festa a mais para mim.

Bom Natal.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Previsões



Esta-me a parecer que Portugal vai virar país de velhos. E o resto? Bom, o resto vão ser as pessoas que não tiveram oportunidade de emigrar. Muito provavelmente ressabiadas, trombudas e insatisfeitas com a vida que têm.
E uns quantos anhados- perdidos- na- vida, que nem se dão conta do que se vai passando.
Run portuguese people, run!!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

C:



Adorava saber o que te vai na cabeça,
Quando me vês.
Quando ouves o meu nome.
Quando te digo olá.
Quando olho para ti,
Quando olhas para mim.

Se é que pesas,
Se é que sentes.

Talvez alguma timidez,
Constrangimento.
Talvez alguma vontade reprimida,
Escondida atrás de um sorriso subtil.

Sinto qualquer coisa que penso que penso que sentes também.
Apenas penso.
Não é certo.
Não é certeza,
É uma dúvida que abraço com alguma delicadeza.

Tenho medo de me aproximar,
Pois sei que se o faço,
É por te querer ver voltar.

Acho que nem sonhas,
E se depender de mim…
Nem nunca vais sonhar.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Arte. Pintura. Arte.


Pintura:
Numa única palavra diria liberdade.
Tal palavra que caracteriza não só esta vertente de representação mas também e primeiramente, a arte.
É livre.
Não tem limites.
Para mim, arte deve ser entendida como uma forma de expressão, de dentro para fora.
Não gosto de pensar na arte como um processo racional, mas sim emocional. Intuitivo. De impulso.
Desenhar… Pintar… tem todo um processo em que mil opções aparecem e escolhas têm de ser feitas… ou não.
Um suporte. Um pincel, uma espátula. Dedos, mãos, lápis, canetas… paus… ou nada. Tinta apenas.
É a expressão do infinito no seu melhor.
É o reagir de uma tinta emergida noutra.
É o encontro dela com uma superfície.
Manipulam-se cores. Inventam-se formas, descobrem-se perspectivas… criam-se dimensões.
O vasto leque de escolhas que um artista tem é desafiante… no mínimo. Frustrante. Impressionante.
A escolha deve ser feita com o equilíbrio perfeito entre o planeado e o repentino. O pensado e o explosivo.
As tintas devem ser os fluidos de que somos compostos. Tão orgânico e vital como isso.
Um artista é um mágico sem truques.
É magia pura, quando honesta e cheia… a pintura.
Não há regras.
Não pode estar errada.
Não há certo ou errado. Há apenas um mundo a ser explorado. O que consideramos ser erro, pode ter sido um tiro certeiro. Perspectiva. Honestidade, sentimentos, pensamentos, uma história, uma experiencia… uma paixão.
Não há propósito.
O único que pode haver é o caminho. Não uma meta. Não um fim… um caminho.
Se a arte for feita puramente, o resultado é indiferente. O resultado importante é sentir um pós-desabafo. Uma filtragem do interior, sem filtro.
Arte feia, arte bonita… não existe.
Pintura estragada, pintura falhada… é arte amada por um artista apaixonado.
Para alguns apenas entretenimento, passatempo.
Para outros, vida ou morte.
Para muitos… Paixão. Vida.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Tangled




Mil opções,
Uma escolha.
Duas? Meia?
Nenhuma?

Paro?
Vou?
Deixo-me ir?
Deixo-me ir.

Para trás não dá,
Para a frente,
Ainda não.
Parados.

Não gosto de estar parada.
Mas se me mexo,
Vou para onde?

Se me deixo ir,
Vai subir.
Se vai subir,
Vai descer.
Se cair,
Vai doer.

Posso evitar?
Deixo estar?
Deixo estar.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Olimpíadas de coração


Agora percebo.
Amor inter-relacional não é amor,
é um jogo,
uma competição.
Dois egos a lutar,
confundidos por um coração e suportados por uma cabeça.

Cada um luta por uma vitoria vitoriosa,
Por um coração cheio,
A transbordar de cheio.
Com sobras de lucro no âmbito de obter uma margem confortável.
Como que uma reserva de satisfação emocional,
Pronta para ser usada a qualquer altura,
Sem quaisquer remorsos.

É uma autêntica e completa competição.
Sai vitorioso aquele que joga com um coração calado,
Sai a perder aquele que puramente,
Apenas quer ser.

Porque não está atento às jogadas,
Porque não está preocupado em prever movimentos,
Porque não reage,
Apenas age.

Quem quer ganhar,
Tem de jogar.

Vá lá que eu não tenho mau perder.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Os sintomas das fadas do lar




Existem varios sintomas de empregadas (com todo o respeito).
São eles:

1. Quando estão a falar com alguém (falam muito e muito do que não interessa, normalmente falam de tudo menos do essencial) por muito que a conversa já pareça ter acabado, não. Viram costas e a conversa continua... mas entre a empregada, e a sua propria cabeça.

2. têm SEMPRE de se queixar de alguma coisa, e provavelmente estão com alguma doença. Sendo as mais habituais: fita, hipertensao, perguicite-aguda e têm por hábito desmaiar ou ter um "piripaque"... isto quando vêm divisoes da casa num estado enfim.. desarrumadinho.

3. Têm grande facilidade em chorar. Quem sabe algumas poderiam estar em Hollywood e não sabem.

4. O MAIS importante, é falar sempre com emoçao. E mesmo que digamos qualquer coisa como "a relva é verde"... tomam como um ataque pessoal. Poderam ter uma resposta do genero: É?! Ah mas a culpa não é minha! Oh menina a relva já estava assim lhe garanto!!

Neste momento não me estou a lembrar de mais nenhum sintoma, mas caso me lembre, vai aqui estar!

É tudo!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Flor de Lótus = Pureza





"A Flor de Lótus é uma figura mística, mas que muitas pessoas não entendem o seu significado. Com um toque de budismo, a Flor de Lótus envolve vários aspectos da vida. Entenda agora o seu significado. O caule cresce através da água e suas raízes ficam submersas à lama. Com os raios de sol, a flor desabrocha e cresce, se transformando em uma linda imagem.

O crescimento da Flor de Lótus significa o progresso da alma que mesmo vindo da lama materializa-se na primavera e acaba superando todas as dificuldades. Essa é uma das únicas flores que sobe tantos centímetros acima da superfície, sendo que ela é uma planta que vive na água, assim como muitas outras. Além disso, exiba uma linda beleza.

Buda sempre esta representado em um lótus florescente. Isso por que a crença diz que a flor de lótus fechada é como o coração do seres que só desabrocha depois que o sentimento de Buda os toca. Cada cor também tem um significado diferente. A cor mais comum é a branca.

A Lótus Branca significa pureza, perfeição em relação ao estado espiritual e mental do ser, no caso a flor. A cor proclama a sua perfeição na natureza, assim como sua cor, que em todos os sentidos já significa pureza. Para entender mais sobre o assunto, procure a religião Budista."

http://www.sempretops.com/curiosidades/flor-de-lotus-significado/

Fártêi.




Sayonara Baby

domingo, 3 de junho de 2012

Transparente


Sou transparente.
É um problema,
dentro da sociedade quadrada que vivemos,
é,
é um problema.

Mas não faz mal.
Eu e os problemas somos grandes amigos,
daqueles de infância.
No problemo.
Normel.

Sou transparente como?
Simples.

Tou triste - tou com uma cara triste e se tiver de cair uma lágrima ou outra,
ou um rio,
vai acontecer.
Tou feliz - tou com uma cara feliz, com um sorriso incontrolável, e os olhos "à chinês".
Se tiver de me por aos saltinhos e bater as palmas que nem uma foca contente,
também vai acontecer.
Tou chateada - provavelmente vão tropeçar nas trombas com que fico... até ao chão.
E vê-se, e bem.
Tou irritada ou num estado mais avançado, furiosa - provavelmente ouvem-me a uns bons metros de distância a testar limites das cordas vocais. Se estiver em silêncio... é grave. É um silêncio de quem está planear... É grave.
Mas vê-se.
A expressão facial fica praticamente sem expressão.
Ainda assim, esta ultima emoção é raro tê-la.
É preciso picar muito, muito muito.
Chateio-me com pouco.

Mas é assim que acontece,
não há cá plano B.
É translucido como agua.

Porquê?
Não sei.
Defeito de fabrico.
Veio assim.

Não sei disfarçar,
não sei fingir que a emoção não está lá.
Nem sequer sei como é que se faz.

Quantas vezes não quis rir, e ri.
Ri até me doer a barriga.

Quantas vezes não quis chorar,
e chorei.

Quantas vezes nao quis gritar,
e gritei.

Quem me dera saber como conter,
mas não sei.

E se é assim,
se calhar é assim que tem de ser.

Porque sim/não



Penso que a língua portuguesa pregou-nos mais uma partidinha.
Já falei, em posts anteriores, sobre as perguntas óbvias:

"Tás cá?" (e temos a pessoa que está a falar à nossa frente a olhar para nós)
"Tás a dormir?"

And so on.

E agora lembrei me de uma resposta que é muito habitual ouvir-se, e ainda assim, não é considerada resposta:

"Porque sim" ou "Porque não".
Em inglês, "Because".

E o que é que normalmente ouvimos depois de dizer qualquer uma destas hipóteses?

"Porque sim/não, NÂO É RESPOSTA."

E pronto.
É aqui onde discordo total e completamente - é é. É resposta é.

Talvez não seja é a resposta que gostávamos de ouvir.
Ou talvez a pessoa com que estamos a falar não seja inteligente ao ponto de perceber que se uma pessoa responde assim, deveria ser traduzido para qualquer coisa como:

"Não me apetece dizer a razão"
"Foda-se tá calado/a"
"Não tens nada a ver com isso"
Ou até mesmo,
"Vai pro caralho"... e fecha a porta quando saíres.

OU também pode ser levado num sentido literal e a pessoa estar a fazer ou a dizer alguma coisa MESMO só porque sim ou porque não.

Eu faço muita coisa por essas simples razões.
E nem acho assim tão estranho.

E então?
Não é uma resposta?
Eu acho que é.

A dualidade do ser



Ser artista,
nascer assim,
é lindo.
É um privilégio.

Nem toda a gente tem capacidades de se expressar,
seja numa tela,
num texto,
numa música,
numa dança,
num click de uma máquina fotográfica.

Quase toda a gente consegue de facto desenhar alguma coisa,
escrever alguma coisa,
cantar,
dançar,
clicar no botão de uma máquina fotográfica.

MAS,
expressar-se através disso...
nem todos.

Mas alguns sim!
Alguns nascem com esse Bichinho maravilhoso dentro do seu ser.

É de facto maravilhoso,
mas esse Bichinho artístico,
alimenta-se de arte,
respira arte,
vive arte.

É víciado,
como Bichinho artistico que é...
em arte.
E cresce,
cresce,
cresce dentro de uma pessoa até ficar maior que ela.

O meu,
está enorme.
Já há muito que me consumiu,
já há muito que é maior que eu.

Ter de lhe pôr travões,
é a mesma coisa que tirar alcool a um alcoolico...
horrível.

Mas às vezes tem de ser,
tenho de o travar.
Senão eu própria seria arte,
arte andante.

Até o sou.
Sou arte só por ser quem sou,
e fazer o que faço.

Mas caso não o travasse de vez em quando,
nem um 10 tirava na faculdade,
nem uma conversa normal saberia ter,
nem conviver saberia como.

Dos piores sentimentos (entre muitos) que um artista pode ter,
é querer expressar-se até ao não-limite,
até ao infinito...
e não poder.
E ter de descer à Terra,
e ser terráqueo.
É uma frustração terrivel.

Às vezes gostava de poder esquecer-me que vivo dentro de uma sociedade,
onde existem regras,
limites,
comportamentos aceitáveis e não-aceitáveis,
correctos e incorrectos,
estranhos e normais.

É uma dualidade constante.
Dualidade tal inevitável na vida de um artista,
que custa... dói.

Mas são sacrificios que se têm de fazer,
simplesmente para que possamos apenas ser.

sábado, 2 de junho de 2012

Such a lovable irony



At this point, I only feel like laughing my ass off!!

It's so ironic to see you running towards a pre-signed cliff,
'Cause I'd do exactly the same thing in your situation.
I would.
You know I would.

You're running, blindfolded, focused,
and nothing and no one is going to stop you.

Whatever they might say,
whatever they might show you,
you just keep running.
'Cause you want to see it for yourself,
you want to FEEL IT for yourself,
and I don't judge you for that,
'cause I'd do the same,
the exact same thing.

And here's the irony,
I'd do the same.
I'm just like you.
You're just like me.

We think the same,
we act the same,
we walk in the same dark,
we run in the same light,
just apart from each other.

Apart exactlly because we're so much alike.

Ironic isn't it?


So I can only wish you good luck,
'cause at the end of the day,
what I trully want,
is you to be just and only,
you. <3

Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou!


Pois é,
muito tempo tive eu na mina,
a ver se encontrava os diamantes que queria.

Encontrei.
Encontrei todos os diamantes que achava que ia encontrar,
e até os que achei não haver.

Foi trabalho do duro,
de manhã à noite,
e de dia para dia.

Saía de lá todos os dias com as mãos em sangue de tanto procurar,
de tanto escavacar na pedra.
Pedra dura e preta.

Mas orgulhosa,
sempre.
Acreditei mesmo nos dias em que já me parecia não haver mais nenhum diamante escondido.
Acreditei.
E encontrei.
Muitos.
Lindos e brilhantes.
Alguns deles ofuscavam-me de tanto brilho.
Fiquei cega por momentos,
várias vezes.
E adorei.
E queria estar.

MAS,
e há sempre um "mas",
encontrei um que me deixou intrigada.

Era puro,
brilhava tanto ou mais como todos os outros que já tinha encontrado.
Mas o brilho deste era diferente,
um brilho mais interior que exterior.
Era preciso olhar com uma lente de grande resolução para conseguir vê-lo brilhar.
Mas dava!
E brilhava...
E bem!

Mas depois...
Luz exterior?
Ui.
Sem lente, era para esquecer!

Quase que parecia que só brilhava para quem queria.
E até certo ponto, penso que escolheu bem as suas "vitimas"...
Até hoje.

Hoje escolheu brilhar para quem deveria precisar de não uma,
mas duas ou três lentes para ver o seu brilho.
Mais que isso,
por muito que o consiga ver,
duvido muito que algum dia consiga perceber,
o valioso que é aquele diamante.

Um diamante com personalidade,
com poder de decisão,
com poder de escolha.
Um diamante com vida própria.
Incrível.
Nunca tinha visto uma coisa assim.

Esta última vitima escolhida por ele,
acredito que nunca irá dar o devido valor a um diamante tão raro e diferente.

Mas é isso que ele quer,
Quer ver se a vitima é capaz de conseguir.
Quer ver até onde consegue chegar,
qual o valor que irá dar.

Quase como se se leiloasse a si mesmo,
mas fechando o negócio previamente.

Acho que está a perder tempo...
e brilho.
Perdeu brilho,
e vai continuar a perder.

Porque o poder não está só de quem mostra,
mas também,
nos olhos de quem vê.

Vou para casa agora,
já vi o diamante com olhos de ver,
adorei.
Cegou-me.
E com o seu brilho interior...
Cegou-se.
Está cego agora.

E agora, é o meu agora.

Já fiz o que tinha a fazer.
Minhas mãos sangram,
por entre crostas e feridas abertas.
E por isso tenho de deixar este trabalho,
preciso das minhas mãos para outros trabalhos,
para outras minas,
para outras descobertas.

Boa descoberta esta.
Nunca vou esquecer.
Este diamante que um dia,
deixou de ser.


sábado, 26 de maio de 2012

More love please!


I'm a love addict.
I love love.
Don't you just love love?
Love.
Even the word is beautiful.
Love.

Such a great drug to use.
Doesn't cost anything.
You don't even have to buy it,
since you have it in you,
you can use it.
Sometimes people even give it to you,
free.
Free, beautiful and free.

The hangover from this drug though,
is terrible I have to admit.
But still, the trip is awesome,
It's worth it.
It's gooooooood.

I love love,
don't you? :)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ginástica de Emoção Sincronizada


Eu faço o pino, dois mortais de costas e três cambalhotas por ti.
Em troca só peço que dês um passo.
"Só" um.

Frágil! Transportar e abrir com precaução



O meu coração,
frágil e pobrezinho coração,
já se partiu algumas vezes.

A primeira vez, tive de juntar peças grandes.
Partiu-se em 2 ou 3... nada de especial.

Comprei uma cola baratinha,
e a coisa aguentou-se bem.

Passado uns tempos partiu-se mais uma vez,
e outra,
e outra,
e outra.

E eu?
Eu fui comprando uma cola cada vez mais forte,
mais cara também.
Mas tinha de ser de boa qualidade,
agora que já se tinha partido tantas vezes,
já não se partia em dois ou 3...
mas em 20 ou 30 bocadinhos.
Dá mais trabalho.
Requer mais tempo.
E começa a partir-se com mais dificuldades.
Começa também a ter pontos fracos,
sendo que certa altura partia-se sempre de maneira parecida à anterior.

A cola já lhe começava a dar um aspecto feio,
robusto,
e sem grande harmonia de forma.

Mas lá se foi aguentando à bronca.
E já quando se ia a partir,
já tentava dar outra face.
Uma face que ainda não tivesse sido violentada.

Hoje em dia,
o meu coração tem cola,
fios,
nós,
pensos e também fita cola.

Já se parece um bocadinho com um trapo,
um trapo cheio de remendos,
mas até que nem está mal.
Continua a falar bem,
muito bem.
E nem sequer tem muito medo,
quase nenhum mesmo.
É forte o gajo.
E eu (modéstia aparte) fiz um bom trabalho de restauro.

Sim,
aguenta-se porreiro,
e mal se queixa.

Ainda assim...
Continua com os seus pontos fracos.
Pontos fracos tais que tenta protege-los o mais e melhor possível.

Mas às vezes,
mesmo ele sente necessidade de baixar os braços.
Cansa-se de estar sempre a defender-se,
e só lhe apetece relaxar.

E é aqui que o apanham,
Quando se encosta e respira fundo.

É então que penso que se levar um piparote,
por muito levezinho e até gentil que seja,
se for numa pecinha que nunca colou perfeitamente bem...
desmancha-se todo.
Toooodinho.

E eu não sou de restauração,
e nem sequer tenho uma loja de colas.
Tenho de as comprar.
E hoje em dia é caro,
muita caro.
Sendo que a qualidade tem de ser da melhor também,
e sendo que já se partiu em tantos bocadinhos...
é um trabalho no mínimo, árduo.

Então mas nunca ninguém o colou por ti?
Não.
Não colou.
Partiu e foi-se embora como que um miúdo que parte a jarra preferida da Mãe.

Eu não tenho mais forças para trabalho de restauro,
portanto caso se parta outra vez,
ou o colam por mim...
ou é melhor alguém limpar os bocadinhos do chão,
porque eu não tenho mais força.
Não tenho.

É como se dessem um puzzle de 1000 peças,
em que a imagem final seria um céu azul com nuvens brancas.

Já estou cansada só de pensar.

O Sal



O Sal.
O Sal começa a ser uma constante na minha vida.
Viciante Sal.
Maior parte das pessoas diz-me que ponho Sal a mais... eu tenho noção que sim,
mas a cada dia que passa meto mais um bocadinho.

Depois dizem-me que Sal faz mal à saúde.
Disseram-me que fazia reter os liquidos do nosso organismo.
Ta bém. Talvez.

Faz, faz mal à saúde é verdade.
Mas eu não quero acreditar porque com um bocadinho de sal, tudo acaba por me saber melhor.
Tãão melhor.

Tomo consciencia que de facto faz mal.
Pronto.
Faz mal, vou reduzir.
Não vou por tanto sal então.

E de repente começa tudo a ficar insonso.
Sem sabor.
Mole.
Uma seca.
Nem dá vontade.

E volto a por sal.
Á medida que me apetece.
Muito.
Muito muito.
Para sentir e sentir.
E sinto de facto.
E sabe bem.
E ganha tudo outro sabor,
mais uma vez.

Mas desta vez já tenho noção que me está a fazer mal.
Mas não faz mal.
Eu finjo acreditar que não faz mal,
mesmo sabendo que faz.
CARECA de saber que faz.

Mas o sal aparece-me na mesa,
mesmo sem eu ter de pedir.
E eu não resisto.
Não resisto.
Metem-me o sal a frente e eu vou ter de pôr.
É automático.

Mas faz mal!
Mas sabe bem!
MUITA bem.

E agora?

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Coração, temos de falar




Olá meu querido coração,
Acho que temos de falar.
Porquê esta guerra incessante com a cabeça?
Não achas que já chega?
Eu sei que não gostas de estar calado,
Sei também que és muito forte,
Mas por favor tem calma.
Podes opinar sem teres de impor aquilo que sentes
Não tens de gritar,
Eu oiço na mesma.
Estou um bocado cansada, ou até mesmo farta de ter de te ouvir sem poder responder-te.
Não é justo.
Passas uma vida inteira a desabafar, a sentir tudo aquilo que te apetece e eu que oiça.
Eu que aceite.
Não é justo.
Bem sei que tens de te expressar.
Bem sei que é mais forte que tu mesmo.
Mas então e a cabeça?
Qual é o grande problema de lhe dar o benefício da duvida de vez em quando?
Sinceramente, ela já te ganhou vezes sem conta,
Mas ainda assim vocês têm sempre de ter uma guerra primeiro.
E tu nunca, mas nunca das o braço a torcer.
Ou é como tu queres, ou não é de todo.
Acho que as vezes esqueceste-te que a cabeça tem uma grande vantagem sobre ti, é esperta.
E tu não.
És só um tolo sem qualquer senso de o que faz sentido ou não.
E ela aí ganha-te, aos pontos.
Porque é que simplesmente não chegam os dois a um consenso?
Bem sei que também ela te dá luta.
É forte também.
Muito forte.
E tal como disse… esperta. Muito esperta.
E às vezes nem te deixa abrir a boca ou fazer seja lá o que for.
Porque já sabe que uma vez decides entrar no processo de deliberação,
Já ninguém te para.
Tu és um descontrolado do pior.
Não tens nem peso nem medida.
Deixas a cabeça completamente K.O.
Sem qualquer tipo de argumento ou força para lutar contra ti.
Tanto que já chegou ao ponto de eu ter de entrar em cena e fazer com que vocês façam as pazes.
Ou também já houve casos, como bem sabes, que fui eu que tive de me afastar.
E eu não acho isso justo.
Vocês deviam de uma vez por todas ter uma conversa e respeitarem-se um ao outro.
Porque eu já estou a dar em maluca.
Desculpa.
Eu adoro-te.
És um órgão extraordinário,
Fizeste-me sentir de maneiras que achei nunca ser possível sentir,
Mas tens de ter noção que maior parte das vezes, e por seres burro, magoaste-me muito.
E se calhar, se nessas situações passasses a bola à cabeça, se tivesses essa humildade, acredito que corresse bem melhor para mim.
Tanto um como o outro deveriam estar a trabalhar para que eu estivesse o melhor possível.
Mas não, adoram andar ao estalo.
Tu coraçao, já conseguiste que eu fizesse quadros fantásticos,
Já fizeste com que dissesse adoro-tes muitíssimo bem ditos,
E oportunos.
Mas às vezes tens de perceber que não quero dizê-lo.
Tens de te conformar com a situação.
Se não perceberes porquê, pergunta à cabeça!
Ela com certeza (esperta como é) irá explicar-te lindamente bem.
Mas não.
És teimoso como tudo.
Ficas quase sempre por cima.
E por muito que ela seja esperta, tu não te aguentas.
TENS de bater mais rápido que o suposto,
TENS de ter sempre alguma coisa a dizer.
Que chatinho!
Eu já percebi que consegues proporcionar-me momentos fantásticos,
Já podes parar de tentar impressionar-me.
Já percebi que és muita forte.
Bom para ti!
Mas acalma-te lá um bocadinho sff!
Então quando estás triste… és do piorio.
Muito irritante.
E por muito que a cabeça te diga que não vale a pena ficares assim,
Tu insistes em dizer que te sentes mal.
No fundo o problema é meu.
Mimei-te demais,
Estou-te sempre a dar atenção,
Sempre a ouvir-te,
Sempre a reagir ao que tu sentes.
Não achas que podias estar 5 minutos calado?
5 minutos que fossem… não te aguentas?
É que eu já não te aguento.
Já te disse um milhão de vezes que não me apetece estar apaixonada,
Não me apetece sequer ter um fraquinho por alguém.
Dá muito trabalho! Será que não ves isso?
Será que não percebes que quando corre mal é horrível para mim?
Não achas que podias evitar este tipo de situações as vezes?
A cabeça passa a vida a dar-te bons conselhos, e tu tás nem aí.
Lá está, és burro de facto.
Não posso pedir muito de ti.
Mas pelo menos que não grites.
Não grites por favor.
Não é altura!
Acho que está na altura de teres uma conversa séria com a cabeça.
Ela só te quer ajudar.
E eu já estou exausta.
Já chega.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Pureza





Porque é que sou obrigada a ter um fitro?
Porque é que não pode ser directo do meu coração?

Quase que me apetece fazer um corte no peito e deixar que saia tudo.
Directo.
Sem filtragem.
Nada.
Simplesmente ser.

Ser ao extremo.
Ser no seu melhor.
Ser porque sim.
Fazer porque quero.
E mandar-me de cabeça.

Mas depois...
Depois sou a Pureza a exagerada.
A Pureza que vive num filme.
A Pureza que sente demais, vive intensamente demais.
A Pureza que vive num poema real.
Tanto tanto tanto que nem sequer dá espaço para o outro reagir, ou sequer assimilar.

Estou acelerada demais para um mundo que se contenta com uma conformidade confortável.
Um mundo que tem medo de sair dos seus próprios limites.
Um mundo, em que as pessoas vivem em função da imagem que querem passar ao outro,
em vez de se preocuparem consigo mesmas.

Bem sei que parece uma realidade esquisita.
Mas eu não pedi para ser assim.


Afinal de contas chamo-me Pureza.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Se um dia



C:

Se um dia fingi que não te via
É por saber que não iria olhar inocentemente
É por saber que iria ser transparente

Se um dia fingi não me importar
É porque te quis deixar a pensar

Se um dia fugi de ti
É porque não sabia estar perto

Se um dia te deixei ir
Foi por achar
Que nunca te iria fazer duvidar

Se um dia soubesses aquilo que senti
Se um dia soubesses aquilo que sinto
... Tenho medo de ter de percorrer todos os tempos verbais
... Por ti.

Provavelmente não queres saber
E nem tua amiga acredito ser
Mas se um dia me viste ao teu lado
Então quem sabe um dia,
Possas ter amado.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dear C


Never thought I'd miss you so much.
I don't know why, and please dont make me even think about it.

For what is worth, I know you'll be here again and hopefully... soon.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Produto Interno Bruto

Toda a gente diz que tenho de ser eu própria, que não tenho medo de ser quem sou… de mostrar o verdadeiro eu. Então e se eu achar que o “verdadeiro eu” está imperfeito? E se eu quiser ser mais e melhor do que aquilo que sou? Porque é que hei de ser menos daquilo que posso ser? Não faz sentido. Eu percebo a história do “be yourself” mas não sei bem porquê acaba por me soar tudo a muita “treta”, se uma pessoa tiver a paciência de analisar a fundo esta questão, penso que primeiro teríamos de conseguir responder a uma pergunta crucial: “quem é esse “verdadeiro eu” então? Se eu estiver a fingir a ser uma coisa que não sou… continuo a ser eu mesma que estou a fingir… logo, é também o meu verdadeiro eu… certo?
Parece um bocado confuso mas penso que faz sentido. Pelo menos enquanto escrevo, sinto que bate certo.
E se esse “real me” é uma pessoa com mau feitio e mesquinha que não se importa com o que é que os outros ficam a sentir… espero então que ninguém tenha a ideia de lhe dizer “be yourself”, riiiiiiiiiight? Não será melhor essa pessoa “mázinha”, de certa maneira criar uma máscara que esconda essa maneira de ser? Ou deverá continuar a mostrar o seu “verdadeiro eu”?... mesquinho e mal intencionado.
Penso que estou a desconstruir este tema talvez de uma maneira profunda demais mas se fosse para ser superficialmente falado, então acho que não estaria a dar novidade nenhuma a ninguém. Just sayin’.
E se eu for uma pessoa que tem perfeita noção que é, por exemplo, rígida demais na maneira como fala com as pessoas, “bruta” na sua forma de falar? Penso que iria tentar ser mais agradável, iria tentar manter um sorriso na cara e ainda tentar dizer aquilo que quer de uma maneira mais suave. Certo? Não seria melhor? Tanto para a própria pessoa como para as pessoas à sua volta? Tenho quase a certeza que sim.
Então?! E o “verdadeiro eu”? Estranho…
“I don’t care what people say”?! é outra que me faz rir.
Well, then you should!!!
Em primeiro acho que existem muito poucas pessoas que realmente não se importam com nada do que as pessoas dizem E usam isso num bom sentido. Como assim bom sentido?
Essas pessoas não se preocupam com nada PORQUE querem estar na “sua onda”, em paz com elas mesmas, não querem chatear e normalmente nem querem ser chateadas. Este para mim é o uso desta “filosofia” num bom sentido.

E como é que eu acho que as pessoas usam este lema num sentido que, a meu ver, é mau?
Simples, fazem o que lhes dá na cabeça (que dependendo da cabeça em questão e na frequência e situação em que fazem varia muito. Também com estas condicionantes podemos analisar se é bom ou não. Exemplo(bom): Quando vou sair a noite, de vez em quando, faço tudo o que me dá na cabeça.) Um exemplo mau é estar num jantar de família e por se em cima da mesa a cantar, por exemplo.
Se uma pessoa não se preocupa de facto com o que as pessoas dizem ou pensam, então provavelmente vai passar muitas vergonhas na vida, e não só.
Penso que há uma realidade de que as pessoas se têm vindo a esquecer. Tal esquecimento posso comprovar pela falta de noção que algumas pessoas conseguem ter. E tal realidade é: todos nós somos seres individuais MAS vivemos dentro de uma sociedade queiramos ou não.
(Podemos por aqui a questão das pessoas que passam as suas vidas sozinhas mas ainda assim, penso que (a não ser que viva numa selva por exemplo), vai ter de viver rodeado de pessoas.
é de facto uma realidade.
Durante muito tempo quis acreditar que seria possível ser um “bicho do mato”. Pode parecer estranho mas, mesmo quando estou completamente sozinha, sinto me acompanhada. É como se tivesse uma mini-pureza dentro de mim, como se a minha própria presença tivesse efeito em mim. É estranho e muitíssimo complicado para mim explicar tal sentimento mas, long story short, é mais ou menos isto.
Voltando ao assunto incial, queria acreditar que poderia viver sozinha no meio de multidões… enganei-me. Vai haver SEMPRE um dia que vou ter de conviver com alguém, pedir alguma coisa, dizer olá, adeus, obrigada, desculpe…
Sinceramente, eu penso que consegui realmente ser o bicho do mato que eu gostava tanto de ser… e agora, hoje em dia, acho que já não consigo volta atras. Eu sabia que fisicamente, em termos practicos eu nunca iria conseguir viver completamente sozinha.. mas mesmo sem estar a viver numa floresta, vivo sozinha.
Tenho família, tenho amigos, amigas..tenho tudo. Mas sim consegui, estou sozinha.
Nunca mostrei o meu verdadeiro eu a absolutamente ninguém. Nunca não digo, talvez já tenha mostrado em mais nova.. quando não tinha capacidades para ter noção de quem ou como era. Penso que a partir do momento em que comecei a ter capacidades intelectuais de reconhecer aquilo que faz de mim, ser eu.. nunca mais o voltei a ser.
Tenho pena dessa pessoa.. é uma pessoa que deixa as pessoas fazerem o que querem dela, uma pessoa que dá tudo sem esperar nada em troca, que não responde ao mais agressivo ataque de alguém.. que tenta manter a calma a todo o custo. Que inventa desculpas para as outras pessoas terem sido desagradáveis com ela. Submissa. Passiva. Triste. Manipuladora e calculista… sempre um passo a frente. Observadora demais, critica demais, sensível demais.
Então e agora estão me a dizer que eu deveria ser isto?
Onde é que estão as vantagens de ser uma pessoa assim? Ou será que sou eu que tenho uma prespectiva errada daquilo que eu sou?
Oh well.