domingo, 24 de julho de 2016

Nada

Já percebi
Não é preciso fazer nada
Fazer nada já é fazer
Não vale a pena
Não nos vai caber

O grande desafio da vida
É alcançar o vazio e mantê-lo
E aqui entra o equilibrio
Ou extremos
Ou o consenso

A metade da metade que nos deixa inteiros
O ponto do meio
Que não tem rodeios
Baloiçar é normal
É a viagem do fora do sitio
Para o sitio que nos evolui

Não o sair do ponto
Mas a viagem de volta pra ele
É esse o grande segredo
O querer voltar ao nada
E do nada ter a coragem para o deixar ser tudo
Um tudo de nada

Ter a ousadia de voltar a um nada
Onde de encantado
Nem uma fada

Tudo real
Um vazio sólido
Palpável sentimento
E transparente ao corpo lento

segunda-feira, 4 de julho de 2016

A Liberdade da Incerteza


A liberdade da incerteza
De viver no presente
Que por mais que surpreenda
Nunca mente

Viver do coração
Onde pensar é em vão
A inocência de ser
Sem o querer parecer

Aceito a natureza
De arriscar na pureza
E o perigo do desconhecido
Em vez do não vivido

Sempre de passagem no mundo
Enquanto residente do presente
Sentindo de fundo
Nunca indiferente

Com amor despeço-me
Das amarras do certo
Perigosas estacas
Que fecham o aberto

Cumprimento-as então
Com uma adeus são
É o fim de uma espera
Onde o que foi já era