sexta-feira, 24 de julho de 2015

Eremita Sedentário


Uma espiral onde me entrego de corpo
Numa tentativa errónea de salvar a alma
Uma tradução terráquea do meu ser
Que não sei parecer.

Sei que cá estou
Mas quem me diz que era pra estar
Num mundo onde apareci
Sem sequer avisar.

Nem um convite
Nem uma promoção ou previsão
Um sim garantido
Pra dar vida a um não detido.

Eremita sedentário
Não se vai mudar
Deixei a casca
Que por muito rasca
Me ajudava a'mar


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Vida Pontual


Viver seria mais fácil se fosse só às vezes

domingo, 24 de maio de 2015


Gosto.
Gosto mas tenho medo de gostar.
Dou sem saber se devo dar.
Meu desapego vê-se num não olhar,
Num agir de quem parece não saber estar.

Confundo os pontos cardeais,
Da razão que me funde nos normais.
Palavras desleais,
Infundadas de tão irreais.

Fala um coração que é
Sempre curioso sem perceber pão.

Encosta-se.
Encosta-se com medo de se encostar.
Dá sem saber se deve dar.
Seu desapego - não se vê,
Num agir de quem parece não saber gostar.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Bicho sem tino



Por saber e sentir que o que sentes vem mas um dia há d’ir
Sempre soube antes de saber, dizem que imagino o que há pra ver
Que acredito no imaginário como algo não extraordinário
Quando apenas vivo através de um filtro fino,
Bicho sem tino.
Não vou nem deixo d’ir, quando vou não sei fingir
Sinto que peco por não tentar,
Mas mais uma camada de filtro e viro mito.