segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Normal. Estranho, não?



Ola, eu chamo-me Pureza.
começa já aqui: não, não é Pureza é Maria da Pureza, quando nasci não dava pra ser só Pureza. (Sim, hoje em dia pode-se chamar Laranja por exemplo, enfim.) E gosto do nome Maria mas pra lem de ser dos nomes mais comuns da história dos nomes, prefiro Pureza. Bem mais.
Again, chamo-me Pureza e sou uma pessoa normal.
Normal. Este normal que tanta gente o é mas parece que é crime sê-lo e demonstrar-se como tal.
O diferente é que está a dar!
Eu nunca ganhei nada de especial, nunca fiz viagens espectaculares, não tenho um namorado com quem ponho fotografias à la "notebook" e um por do sol de fundo.
Também não tenho um grupo de amigos a la "friends", tenho uns 5 amigos que sei que tenho e cada um no seu canto, vá.
Não comecei nenhuma empresa do 0 nem nunca fiz queda livre. Também não tenho uma fotografia com um tigre ou na neve a fazer ski.
Nope.
Nada disso.
Tenho uma vida normal, dias chatos, dias felizes, choro, rio.ha dias que me sinto a mulher mais maravilhosa do mundo, ha dias que nem me da vontade de me ver ao espelho.
Ha dias que penso nos putos de africa sem nada pra comer e ha dias que nem me lembro que existem.
Sou normal.
Estranho... não?

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Aquele! O outro!

A coisa com as redes sociais não é tanto uma questão de isolamento por narcisismo excessivo, mas sim o promover o viver de dentro para fora, em vez do contrário e de dentro para dentro.
Segundo os ideais do cristianismo, por exemplo, vive-se em pleno, quando vivemos para o outro e nos concentramos em nos próprios principalmente com o objectivo de não cometer pecados. Senão já sabem... Morrem, e nuvens - nem vê-las!
A meu ver, o essencial é viver, como disse - de fora pra dentro e de dentro pra dentro. Para nós. E não, não considero egoísta, sendo que não excluí, necessariamente, quem ou o que nos rodeia.
Aproveito para dizer que a pseudo-expressão "o outro", acho só estranha. E irrita-me bocadinho, admito.
Como se tivesse uma certa conotação de obrigação de compaixão prematura.
A questão é, se cada um for a melhor versão de si mesmo e para si mesmo, tudo acaba por fall into place.

Digo eu!

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Curto mas bruto


Era tua,
Deixas-te me ir.
Estava nua,
Quiseste partir.
Posta na rua,
Fiquei-me a rir.

domingo, 6 de abril de 2014

Fake it

...until you make it.

Quando era mais miúda, era muito muito timida. Hoje em dia é um bocado à fake it until you make it, e até que funciona.
Mas há uns anos atrás, era de facto muito timida, e naturalmente, desenvolvi um mecânismo de defesa para conseguir lidar melhor com as situações que ficava mesmo atrapalhada.
Lembro-me mais ou menos de uma situação em que alguém falava comigo, e eu estava sem saber como reagir, ou como responder. Foi então que comecei a olhar à minha volta, como que à espera de encontrar algo ou alguém que me salvasse. Num português mais corrente - um buraco onde me enfiar. Foi então que vi um senhor a passear à beira-mar, aparentemente feliz da vida. Zero preocupado.
E numa fracção de segundos,pensei como gostava de ser aquele sr despreocupado em vez de estar a lidar com uma conversa na qual ia metendo os pés pelas mãos. Num aperto sem saber o que dizer ou fazer. Tudo muito intenso.
E aqui encontrei uma solução efemera.
Pensei então - e se eu fosse mesmo o sr despreocupado? Esta pessoa que está a falar comigo, nem sabe quem ou como é que sou.
Num acto de desespero, decidi quase que reportar-me para o corpo do sr despreocupado à beira-mar, e deixei a minha casca inabitada. E foi ocupada por uma versão ermita da minha pessoa, em modo automático.
Eu, no decorrer da conversa, não estava ali. Estava a ver o mar, de mãos nos bolsos, sem uma única preocupação.
Portanto, podia responder o que me apetecesse. Não era eu.
A verdade é que era sempre eu.
O sr despreocupado, foi sempre o sr despreocupado.
E a conversa, foi sempre a mesma.
Mas por momentos, vivi outra realidade por opção.
E tanto que acreditei,
que resultou.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Bolha Ideal



Nasci e cresci dentro de uma bolha e o mundo lá fora, às vezes, assusta-me.
Sempre me pintaram tudo tao cor de rosa, tao querido, tao um conto de fadas; que criei resistência a tudo o que me possa magoar.
Quando num sem saber como ser, mando um graça inteligente na ponta da língua e safo-me à grande.
Passaram-me muito a ideia de que devo ser querida, amável,altruísta. Mas nunca ninguém me ensinou a dizer que não sem me sentir má pessoa. Levei tanto isto à risca que mal saí da minha bolha, não queria acreditar no que via. Não era um paraíso de gente sensivel lá fora. Fiquei parva. Pior, fiquei literalmente sem saber o que fazer. O que fiz foi tentar perceber a razao para as pessoas não serem tão altruístas como acreditava que devia ser. "Acordou mal disposto", "Deve ter discutido com alguém"... Tudo servia para que a minha teoria do mundo cor de rosa sobrevivesse. Se estivesse só mal disposto, então eu não teria razão para me chatear com a pessoa.
Sempre tentei ganhar guerras de flor na mão, um bocadinho por ser assim de natureza, outro por não saber lutar.
E não sei.
Não reconheço maldade, não me a apresentaram. Se pudesse ter escolhido na altura, claramente pedia para a conhecer. Um simples olá, um aperto de mão, só mesmo pra ver o que era aquilo.
Nada.
Nada nada nada.

Percebe-se que se queira dar do bom e do melhor às pessoas que gostamos.
Mas não somente o bom.
Tudo gira a volta de simétricos.

O bom é um. O mau é outro.
Só bom, é péssimo. E só mau, pior ainda.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Bandido




É o melhor inimigo do amor,
e um sacana do pior.
É ácido destrutivo,
tem efeito corrosivo.
Mata lentamente,
ou rápido e de frente.

Vencê-lo depende.
Do quê,
Porquê,
De quem?
Ninguém vê.

Um tremer de pernas,
Um nervoso adulto,
Uma passividade fingida,
E um extrovertido oculto.

Esconde-se num sorriso,
Sem expressão, sem emoção,
Mas com razão e falso então?

Não.
É inquilino permanente,
Fala quando quer,
Cala-se quando der,
e alimenta-se de quem quiser.

E de quem deixar!
E de quem amar!

Passeia de mãos dadas
com os melhores sentimentos,
Destrói contos de fadas
E desfaz bons momentos.

Sente-se.
Histeria que arrepia.
Paralisa, atrapalha, irrita, frita, excita,
Impede, limita.
Mas sente-se!

Poderosa adernalina,
Viciante expectativa,
Um pé no abismo,
Outro no conformismo.

E o meio-termo,
Esse budhista irritante,
Primo do ameno,
Uma seca arrepiante!

No sistema integram-se,
Confundem-se,
Fundem-se,
Dissolvem-se e
Somem-se.

Será o confortavel,
tao mais apetecivel que o instavel?