quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Tampa de trampa



É sempre a mesma merda
Parece que gostam
Mas só me usam
Para ver o que gera

Não sou amada
Sou usada
Não sou querida
Sou só uma saída

Fogem comigo
A evitarem o perigo
Olham pro umbigo
E levam-me pro abrigo

Isto não é de amigo
Nem admitem o que digo
É apenas giro
Não lidarem com o não consigo

Sou tampa
Da trampa
Sou manta
E quase santa

Mas estou farta
De saber antes dele
Que vai partir
Com o vazio nele

Desisto de ti
Para ter em mim
Aquilo que me tiras
Para usares sem fim

Não suporto ser fonte
Do teu estado a monte
Arranja outro barril
Que aceite teu sugar hostil

O facto de não o reconheceres
É ainda mais assustador
Porque todos os seres
Têm direito de viver amores

Amores conscientes
Amores contentes
Amores com dissabores
Mas amores sempre cientes

Adeus então
Seu puto cabrão
Adeus então
Que vais sem perdão

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Coador de Amar







Estou cansada
Cansada demais
De tudo me ser tão óbvio
E estranho pros demais

É me difícil ser tão presente
Quando o tudo se é tão ausente
Acabo eu por levar
Quem não se consegue
Sozinho se limpar

Um coador barato sou eu
Que lhes lavo o aparato
Com o que é meu

Raro é quem não me meta o pé
Trato com carinho e estima
Sei lá eu se e quando
Me há de cair em cima

Enquanto não levo ou sou despedida
Deixo que me toque
Despida me entrego
Como se fosse eterno
E em avulso me despeço
Do amargo externo

Deixo-me ir
A saber que não vou ficar
É a maneira livre que tenho
De conseguir amar

Grata fico
De tal oportunidade
De momentos sentidos
E sem idade

terça-feira, 4 de junho de 2019

Podes Ir Mesmo a partir




Viver na escuridão é mais fácil
O que corre mal é previsível
O que corre mal é familiar
Não nos deixa estar
Mas dá para lidar

O viver na bondade
Nem nos salva a idade
Não nos deixa esconder
Na penumbra da verdade

O que corre mal no bom
É um estoiro no dom
Fica tudo sem som
Paralisa
Nem sentimos uma mera brisa
Dormente se fica
E nem o amor é dica

Deixa ir
Que não há como partir
Deixa ir
Que o que já foi já só dá para rir

Que verdade é esta
Que me mente sem ser crente
Que verdade é esta
Que me deixa demente

É o horror de verdade
Que é mentira para quem sente
É uma merda de insanidade
Que não se deixa ser festa

Deixa-me festejar
Livra-me de amar
Aquilo que só sei odiar

Livra-me de tentar
Ser aquilo que queres estragar
Deixa-me irrigar
O chato de esperar

És feio e receio
És feio e eu tenho
Medo de te deixar
Ser feio sem entrar

Não te quero
Mesmo que vás a tentar
Não te quero
Já me podes deixar.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

The bravest act of them all


!You were right all along, and I’m sorry!

These are the words you never said to me:

You were right all along.

I’ve always mocked you for being authentic, for being sweet and caring.
I’ve always made you feel as though you were weaker for always having your heart at play.
I’ve called you naive and humiliated you in front of everyone just because you had no problem in showing that you see no evil.

I’d say a clever joke so people would laugh with me - at you.

Amazingly, you still held on.
You always did. You’d cry. You felt lonely and misunderstood.
And I did that to you.
I saw you getting quieter and quieter.

The quieter you became, the worse I felt.
You just didn’t fight back, so It got frustrating for me, ‘cause once again, I saw it as a weakness.

Well, I was wrong, once again.

You got quiet because you just didn’t understand this kind of world.
You did understand kindness - not this mean world.
So, what more could I do?

Nothing. I see it now. And I’m sorry.

My only solace, is to see that despite everyone telling you that you were wrong, the misfit, the gullible one - you have never, ever, stopped believing in the power of your own heart.

I see it now, it takes courage to be kind.

And I’m the one who says it today:
It’s time to stop seeing kindness as a weakness - it’s the bravest act of them all.