quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Coador de Amar







Estou cansada
Cansada demais
De tudo me ser tão óbvio
E estranho pros demais

É me difícil ser tão presente
Quando o tudo se é tão ausente
Acabo eu por levar
Quem não se consegue
Sozinho se limpar

Um coador barato sou eu
Que lhes lavo o aparato
Com o que é meu

Raro é quem não me meta o pé
Trato com carinho e estima
Sei lá eu se e quando
Me há de cair em cima

Enquanto não levo ou sou despedida
Deixo que me toque
Despida me entrego
Como se fosse eterno
E em avulso me despeço
Do amargo externo

Deixo-me ir
A saber que não vou ficar
É a maneira livre que tenho
De conseguir amar

Grata fico
De tal oportunidade
De momentos sentidos
E sem idade

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