quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Aquele! O outro!

A coisa com as redes sociais não é tanto uma questão de isolamento por narcisismo excessivo, mas sim o promover o viver de dentro para fora, em vez do contrário e de dentro para dentro.
Segundo os ideais do cristianismo, por exemplo, vive-se em pleno, quando vivemos para o outro e nos concentramos em nos próprios principalmente com o objectivo de não cometer pecados. Senão já sabem... Morrem, e nuvens - nem vê-las!
A meu ver, o essencial é viver, como disse - de fora pra dentro e de dentro pra dentro. Para nós. E não, não considero egoísta, sendo que não excluí, necessariamente, quem ou o que nos rodeia.
Aproveito para dizer que a pseudo-expressão "o outro", acho só estranha. E irrita-me bocadinho, admito.
Como se tivesse uma certa conotação de obrigação de compaixão prematura.
A questão é, se cada um for a melhor versão de si mesmo e para si mesmo, tudo acaba por fall into place.

Digo eu!

4 comentários:

Anónimo disse...

E como é que sabes que estás a ser a melhor versão de ti? Melhor em relação a quê ou a quem?

DG

Pureza Ricciardi Leitão disse...

Percebo bem o que dizes, no sentido em que precisamos de um termo de comparação. E sim, é verdade.
Ainda assim, penso que, quando és a melhor versão de ti mesmo, também o sabes sentindo-o e não apenas por uma lógica que faça sentido.

Anónimo disse...

Um equívoco muito espalhado é esse de se pensar que o "sentir" - portanto, a "sensação" - não tem "lógica" nem tem de fazer "sentido".

Curioso equívoco. Porque a experiência está constantemente a mostrar que se há algo que não escapa à lógica é o reino das sensações. É por isso que todos nós temos automatismos, criamos habituações e dependências. Constrangimentos que se tornam tiranos na sua lógica cega, surda e muda.

E tudo isso sem pensar. Aliás, tudo isso porque não estamos a pensar.

Pensar é que liberta. E dá a sentir o que nunca antes foi sentido nem fez sentido.

(ah, é tão fácil fazer trocadalhos com estas palavras...)

DG

Pureza Ricciardi Leitão disse...

Faz sentido.
Faz-me lembrar o Auto da Barca de Gil Vicente - o tonto é feliz por ser tonto.