domingo, 17 de dezembro de 2017

Silêncio, que se vai ler um fardo



De tão farto que estás do teu fardo
Que achas por bem transbordar pro meu lado
A fingir alegremente que é meu agrado
E no fundo é só a valente seca do teu fado

Eu nem sei bem porque é que continuo a escrever
Soa-me tudo a um grande nada
Mas pelos vistos há quem goste do meu nada
Para minha surpresa
Talvez precisem da subtração que não pesa mas adiciona
Não me importo nada disso
Acho óptimo até
Se servir, sirvam-se
Eu só faço isto egoisticamente
Quero lá saber se isto existe
Dá pra perceber
Quem se chateia com o que dá pra perceber
Só se quer perceber sem se ver
Portanto usem à vontade
Mesmo que seja para não se perceberem
Não se percebam comigo, se quiserem
Ou se não quiserem também
Se apenas vos fôr uma reacção espontânea ao que lêem
Melhor ainda
Se vos interessar, olhem pro que estão a ser em detrimento disto
Pode ser giro até
Joguem-se
Brinquem-se
É tão fácil que pode parecer difícil
O fácil é sempre mais difícil
Mas tem a vantagem de dar gozo e ser só vosso

Entender-me seria o fim, o meu e o vosso
Mas eu não tenho medo do fim, enquanto entretanto
O fim enquanto fim é a paz sem encanto

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